* BIO


Quando Bae Yechan nasceu, o choro mais alto na sala de parto não foi o seu. E, diferente daqueles dados por recém-nascidos, o que se ouvia no cômodo exageradamente branco não era um grito pela vida. Não era devido à primeira vez em que o ar invadia seus pulmões ou pela certeza de que, se chorasse daquela forma, todos saberiam que estava vivo. O choro dado na sala era de desespero; de uma vida sendo arrancada, da liberdade que lhe era cortada e dos anos de juventude que lhe seriam privados. Em meio às lágrimas e a toda a dor que rodeava a sala, nasceu o garoto que, com o passar dos anos, descobriu que as lágrimas de sua mãe não eram somente um marco de seu nascimento, como também um molde de sua personalidade e o principal fator da sua incapacidade de se relacionar de alguma forma que não superficial com todos aqueles à sua volta.Jiyeon havia acabado de completar seus dezessete anos quando descobriu estar grávida de Yoonsung, seu primeiro namorado e alguém que, se ela fosse sincera consigo mesma naquela época, admitiria não a atraia em nada; ele não era dos mais carinhosos, não era assim tão inteligente, e sequer queria ser apresentado aos pais da jovem, por achar o relacionamento superficial demais para ser levado a sério naquele momento. Não eram nada de mais, ele repetia várias e várias vezes, fazendo com que ela assim acreditasse também. O que, por sua vez, tornou a notícia de sua gravidez acidental ainda mais devastadora. Não era fruto de amor, só mesmo de um relacionamento cômodo — e por isso mesmo não havia motivos da jovem querer aquela criança que não a levaria a um futuro com uma família perfeita. O bebê em seu ventre era um inconveniente, no menor dos casos. E, para seus pais, só mais uma prova da desgraça que sua família havia se metido por conta da filha mais nova.O casamento de Jiyeon com Yoonsung foi marcado entre as duas famílias antes que a barriga da jovem se tornasse visível, embora os boatos sobre uma cerimônia tão apressada e seu motivos já estivessem percorrendo toda a ilha. E por mais linda que a cerimônia fosse, por mais linda que a jovem estivesse, não havia nenhum prospecto de família feliz em sua mente. Era tudo uma obrigação, um fardo. Aquela criança e aquele casamento não passavam de um empecilho em sua vida, uma pedra no seu caminho e nos seus planos de ir embora dali após sua formatura.Assim como em sua descoberta, a gravidez não foi feliz em momento algum. O bebê em seu ventre era inquieto, movendo-se até ficar nas posições mais inconvenientes possíveis, chutando e pisando em sua bexiga o tempo inteiro, e, no mais, tornando a experiência uma das piores de sua vida. Ela o odiava e sequer pensava nele como seu filho; o que estava em seu ventre era um parasito, alimentando-se tanto de seus nutrientes quanto do seu futuro. E, ao seu lado, estava um marido inútil e que foi se provando ainda pior com o passar dos meses. Ele a culpava por engravidar, por prendê-lo a uma vida na qual já era obrigado a trabalhar aos dezessete para sustentar uma família que sequer havia desejado ter.Os nove meses haviam sido infernais para todos que não a criança que estava prestes a vir ao mundo. Yechan — assim foi nomeado pela avó materna — crescia cada vez mais forte e saudável, alheio à toda energia negativa em sua casa, e mostrava-se cada vez mais ansioso para chegar ao mundo. Mesmo que, no fim, fosse recebido apenas pelo choro e lamúria daqueles que o conceberam.

Apesar de toda a turbulência de todo o período de sua concepção e nascimento, as memórias de sua infância eram felizes. Passava seus dias brincando com todos os que se mostrassem dispostos a acompanhá-lo com toda sua energia e imaginação, explorando os arredores de sua casa e aprontando até ser finalmente repreendido por um de seus pais. E, até onde os olhos curiosos de seus vizinhos pudessem ver, não havia nada de mais que o diferenciasse das outras crianças. Talvez porque a infelicidade morasse nos detalhes daquela residência; como na forma que, todo mês, o dinheiro das contas tornava-se mais e mais apertado por conta do vício em bebidas de seu pai, ou então nos abraços desajustados que sua mãe o dava, como se algo em seu organismo repelisse seu próprio filho e a fizesse se recusar a dar qualquer tipo de afeto ao menino.Foi só mesmo quando chegou em sua adolescência que Yechan começou a notar os sinais e perceber que sua família era, nas melhores das palavras, desajustada e ressentida. Não havia espaço para ele ali e, conforme acompanhava do relacionamento de seus amigos com os pais, sua realidade se tornava cada vez mais clara. E foi nesse período que o jovem começou a se fechar pelo mundo, criando barreiras impenetráveis e aderindo às interações somente quando eram de extrema importância. Trancava-se em seu quarto, ia cada vez menos visitar os demais membros de sua família, e cortava laços com seus amigos reais conforme amadurecia e concluindo as fases de sua vida.Mas, conforme ia se isolando do mundo real, sua presença fictícia tornava-se cada vez mais forte. Seus amigos moravam todos fora de Jeju e apenas os encontrava quando abria um livro, todas as noites após suas atividades obrigatórias na escola. Era ali, em meio à fantasia e vidas mais interessantes e felizes que a sua, que finalmente conseguia esvaziar a mente e se sentir bem consigo e o mundo que vivia — mesmo que este fosse apenas fictício. E o que começou como um refúgio, logo se tornou sua paixão e o que o movia para o futuro. Dedicava todos os momentos a sós para aprender mais e mais sobre literatura, criação de mundos, e a escrita criativa que tanto o entretinha. E, apesar dos gritos de seus pais para o rapaz tomar jeito na vida e parasse de se enfiar no quarto o dia inteiro, ele sabia como ninguém a forma de abafar as vozes incômodas.O problema em viver na ficção, no entanto, é quando sua realidade não a acompanha e os sonhos distanciam-se cada vez mais. E foi cheio deles que Yechan se viu ao terminar a escola, mas sem qualquer apoio para dar seguimento. Os pais não tinham — e nem o apoiariam caso tivesse, ele sabia — um único tostão no bolso, nada investido no seu futuro, e nem mesmo o menor planejamento para o filho ir à universidade. Ainda tinha um teto sobre sua cabeça, pelo menos, mas nada além disso. Também tinha muito conhecimento adquirido através da leitura, uma certa soberba ao se comparar com seus vizinhos, com a simplicidade da ilha, e a certeza de que poderia conquistar um futuro muito melhor que todos… Caso soubesse como. Caso não fosse tão destacado da realidade de Haena a ponto do próprio local de nascimento parecer desconhecido e, durante as necessárias buscas por emprego, tão diferente do que vivia no seu até então trajeto escola-casa.No primeiro emprego, Yechan prometeu a si que trabalharia apenas o suficiente para pagar a taxa de ingresso à universidade. As demais necessidades poderiam ser ignoradas, já que não carregavam nenhuma importância. Já no segundo, prometeu que nele, sim, teria dinheiro. Nada de ceder a pressão dos pais, de se responsabilizar da casa que nem mesmo se sentia bem-vindo, ou o que quer que tentassem coagi-lo a pagar. Do terceiro ao quarto, já não fez mais promessas. Não havia necessidade de se enganar, acreditar que conseguiria mais do que um futuro medíocre, preso na ilha. Mas não em casa, não. Foi no quinto emprego que decidiu sair da casa dos pais, no primeiro anúncio em busca de colega de quarto que encontrou, sem qualquer grande conhecimento sobre o mundo ou certeza quanto sua segurança; caso fosse morar com um serial killer, ainda seria melhor.

* trivia

Bae Yechan, 26/11/1999 (24 anos), indiferente sobre sua sexualidade.

Por mais que morem próximos, Yechan não tem qualquer contato com os pais desde que saiu de casa. Ainda conversa com a avó paterna no telefone uma vez a cada data comemorativa, mas só.Mora há bons meses com WONSIK, que conheceu via um anúncio de “Procura-se colega de quarto com urgência!” (meio suspeito, com tudo pra dar errado), mas raramente se esbarram pelo apartamento.Tem preferência em viver na ficção do que na realidade e por isso sua sociabilidade é risível. Mas não é que não sabe conversar, ele só prefere não fazer — exceto se for online, ou se o trabalho obrigar.Escreve em diários desde seus 15 anos e tem eles como seus bens mais preciosos, guardados numa caixa organizadora debaixo da cama.Apaixonado por literatura, sua maior obsessão é a elite japonesa e seus escritores que cometeram suicídio. Mishima Yukio, Akutagawa Ryunosuke, Dazai Osamu, Kaneko Misuzu são os seus queridinhos. Sarah Kane é a única que conseguiu espaço na sua bolha — e estante.Odeia Bungo Stray Dogs e pode passar horas xingando tudo envolvendo a história horrível que atrapalha a busca sobre seus autores favoritos.

Fotografia é outra arte que gosta muito e, uma vez ou outra, gosta de pagar de profissional enquanto sai com sua câmera por aí. Mas não entende muito e só fotografa aquilo que acha bonito.É viciado em contar pequenas mentirinhas apenas pela diversão e o apelo de inventar situações ou fatos sobre sua vida.Possui alguns piercings inconstantes (tira, deixa cicatrizar, coloca de novo… e o ciclo se repete); três tatuagens, mas sem planos de fazer mais depois que descobriu que sua última tinha uma tradução errada..* LIKES:Retratação da depressão na literatura clássica; design e diagramação de livros; journaling; Death Cab For Cutie; Mar Inquieto do Mishima Yukio e Declínio de um Homem do Dazai Osamu como definidores do seu caráter; lugares e pessoas silenciosas; skinship enquanto finge não ser touch-starved; piercings e tatuagens; praia à noite e maré alta..* DISLIKES:Pessoas escandalosas e grosseiras com atendentes; intimidade forçada; pessoas que se julgam superiores pela preferência literária e musical (ainda que se ache superior pelas suas); ter seu espaço invadido e sua bagunça julgada; qualquer assunto envolvendo família, estudos e dinheiro.


* BIO


ROOMMATE Yechan e Mingi passaram a morar juntos por necessidade. Nenhuma grande amizade, sem planos de desbravar a vida adulta juntos… Nada disso. Foi um “Procura-se colega de quarto com urgência!” meio suspeito, com tudo pra dar errado, mas que resultou na parceria duradoura de ambos.SUBTITLE TWO Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Suspendisse malesuada consequat ante vitae vulputate. Suspendisse ullamcorper ipsum arcu, eu auctor ex tempus quis. Vestibulum et tincidunt justo. Ut venenatis metus velit, id pretium ante mattis in. Proin quis commodo elit. Maecenas dapibus urna in lorem hendrerit porttitor. Vivamus consectetur ex sit amet tellus maximus tincidunt.

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* ooc

.* POVS:URL,  título do pov i.  tw: ideação suicida
URL,  título do pov ii.  tw: abandono parental
URL,  título do pov iii.  tw: depressão

.* OOC:+21 e sem gatilhos. O rp é um hobby, logo, não tenho interesse em tretas ooc.
Jogo de tudo, sem preferências de turnos; paragrafo único ou multi, o que contemplar ambas as partes. Demora nas respostas não incomodam, mas, por favor, avise em caso de flipagem.
Yechan é um personagem depressivo, desconfortável de socializar pessoalmente, por isso se solta online. Os futuros povs dele irão abordar assuntos sensíveis, crises, mas sempre com tw. Qualquer desconforto, é só chamar.